Coreia do Sul bate o tambor, domina os gregos e vence sem sustos: 2 a 0

Com boa atuação de Park Ji-Sung, do Manchester, seleção asiática estica o jejum grego em Copas e arranca a primeira vitória no Mundial da África do Sul



Park Ji-Sung comemora o seu gol, o segundo da Coreia do Sul na partida (Foto: Getty Images)



Nas arquibancadas, a batalha foi indigesta. Os torcedores da Coreia do Sul levaram seus tambores para o estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, mas não conseguiram abafar as barulhentas vuvuzelas dos sul-africanos. Nem por isso se intimidaram, gritando o nome do país - Dae Han Min Kuk - durante todo o jogo. Dentro do campo, a missão foi bem mais fácil. A seleção asiática dominou uma apática Grécia neste sábado e venceu com tranquilidade por 2 a 0, gols de Li Jung-Soo e Park Ji-Sung, eleito o melhor da partida. Após os dois empates da véspera, coube aos sul-coreanos arrancar a primeira vitória na Copa do Mundo.



Confira no vídeo com os melhores momentos do jogo.





A Coreia do Sul passa a ser a primeira seleção asiática a bater uma europeia fora de casa em Copas. O jogo, que deveria ser a primeira “pelada” do Mundial da África do Sul, acabou sendo bem movimentado e deixou os torcedores satisfeitos no estádio – menos os gregos, claro.

Ainda não foi desta vez que a Grécia fez um gol em Mundiais. Jogando um futebol burocrático, a equipe do técnico Otto Rehhagel até conseguiu mostrar alguns lampejos de talento no segundo tempo, mas manteve a tradição e chegou à quarta derrota em quatro jogos – as outras três foram em 1994. Como se não bastasse a crise econômica no país, os gregos ainda foram obrigados a testemunhar uma estreia amarga na Copa.
A Coreia do Sul volta a campo no dia 17, para enfrentar a Argentina em Joanesburgo. No mesmo dia, em Bloemfontein, a Grécia pega a Nigéria.



O jogo





O sol em Porto Elizabeth não chegou a castigar os jogadores, que entraram em campo sob temperatura amena no início da tarde de sábado. O técnico da Grécia, Otto Rehhagel, surpreendeu ao deixar no banco Krygiacos, bom no jogo aéreo. Salpingidis também começou na reserva, dando lugar a Samaras no esquema 4-3-3.



O sul-coreano Huh Jung Moo armou seu time no 4-3-2-1. Park Chu-Young era o único na frente, mas nem por isso ficou isolado. Foi a Coreia a protagonista das principais tramas ofensivas do primeiro tempo.



O primeiro susto, contudo, quem deu foi a Grécia, logo aos três minutos. Torosidis perdeu ótima chance ao receber o cruzamento na entrada da pequena área e chutar para fora.











Aos sete, os tambores falaram mais alto quando o lateral Young-Pyo cobrou falta na ponta esquerda, perto da bandeirinha de escanteio. O goleiro não saiu, e a bola passou por cima toda a defesa grega para encontrar Li Jung-Soo livre. Na pequena área, de frente para o gol, ele só escorou para o fundo da rede.



O foco migrou para o árbitro neozelandês Michael Hester aos 15, quando ele ignorou um pênalti de Torosidis no meia Chung-Young – não confundir com o atacante Chu-Young. Ele fez bela jogada pela direita e, dentro da área, foi deslocado pelo joelho do rival. Os telões do estádio não faziam cerimônia e mostravam replays de lances, inclusive os mais polêmicos.



Diante de uma Grécia apática, a Coreia criou as melhores chances do primeiro tempo, mas nem assim evitou vexames como o de Chu-Young: aos 22, o atacante recebeu livre dentro da área e concluiu com um chute constrangedor de tão torto.



Aos 27, Park Ji-Sung teve seu primeiro momento de brilho. O craque do Manchester United enfiou um lançamento preciso para Chu-Young, que entrou nas costas da zaga, mas demorou demais para concluir. O zagueiro Vyntra atrapalhou o chute, que acabou desviado pelo goleiro Tzorvas com o pé esquerdo.


Lee Jung-Soo, autor do primeiro gol do jogo, festeja com os companheiros sul-coreanos (Foto: AFP)



No intervalo, Otto Rehhagel mostrou que não estava satisfeito com seu capitão. Karagounis deu lugar a Patsa. Salpingidis também entrou, no lugar de Samaras, na tentativa de criar alguma chance para uma seleção que só tinha chutado a gol uma vez no primeiro tempo.
Otto só não podia prever que seu zagueiro entregaria o ouro logo aos seis minutos da segunda etapa. Vyntra errou um domínio de bola no meio campo e perdeu para Park Ji-Sung. O astro coreano partiu em direção à área e, com tranquilidade, bateu cruzado na saída de Tzorvas. Coreia 2 a 0.







Salpingidis apareceu bem pela primeira vez aos 25, quando ganhou na força pelo lado esquerdo e rolou para a conclusão de Kapetanos, que tinha substituído Charisteas. A Jabulani saiu por cima do gol de Jung Sung-Ryong, e os torcedores levaram as mãos às cabeças nas arquibancadas.



As substituições de Rehhagel surtiram efeito, e o futebol da Grécia melhorou. Aos 35, Gekas matou a bola dentro da área e, de virada, obrigou Sung-Ryong a fazer grande defesa de mão trocada, mandando a escanteio. A resposta foi imediata, com belo chute de Chu-Young, que Tzorvas se esticou para espalmar pela linha de fundo. Aos 40, o goleiro grego apareceu mais uma vez, salvando em chute rasteiro de Chung-Yong.



O esforço grego no segundo tempo se mostrou inútil. Àquela altura, já era tarde para evitar mais uma derrota. A torcida chegou a ensaiar uma "ola" e, sem sustos, viu sua seleção estrear com o pé direito na Copa.







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