Papo de Copa: calmo e tímido, Juan exalta parceria com o amigo Lúcio

Em entrevista exclusiva, zagueiro celebra temporada sem lesões, diz ter aprendidos com erros de 2006 e desconversa sobre despedida na seleção

Entrevista concedida ao Globo Esporte

(Foto: Victor Canedo/Globoesporte.com)

Calmo e por vezes tímido, Juan Silveira dos Santos veste uma bermuda e calça um chinelo. Está finalmente em casa, ainda que por poucos dias, recarregando as baterias após longa e desgastante temporada – disputou 32 jogos como titular pelo Roma. Ano que serviu de afirmação após desconfianças sobre sua forma física. Agora, o zagueiro troca o chip e volta todas as atenções à sua segunda Copa do Mundo. Nesta sexta-feira, o jogador se apresenta em Curitiba, sede da preparação da seleção no Brasil. A viagem para o continente africano está marcada para o dia 26, quarta-feira seguinte.

– O povo brasileiro pode ficar tranquilo. Dentro de campo vamos estar sempre lutando – prometeu, em entrevista exclusiva concedida na última quarta-feira.

Um dos sete remanescentes do grupo que fracassou em 2006, Juan diz ter aprendido com os erros. O entrosamento no setor defensivo, em especial com o companheiro Lúcio, também foi assunto. Aos 31 anos, o zagueiro sabe que dificilmente disputará o Mundial do Brasil, mas prefere não falar em despedida. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

GLOBOESPORTE.COM: como fez para superar as lesões e fazer uma temporada que calou os críticos?

JUAN: O que sempre me deu força para a minha recuperação, além do fato de estar bem para jogar futebol, é que em nenhum momento colocaram alguma dúvida sobre o meu futebol. A questão era o meu estado físico. O primeiro semestre de 2009 foi muito difícil e até eu tive essa dúvida. Mas pude voltar a jogar e ser o jogador que sempre fui em termos de participação. Praticamente não fiquei de fora entre outubro e maio.

Qual é o ponto forte dessa seleção?

Sempre foi o conjunto. Todos querem jogar, sejam os 23 ou os que ficaram de fora. Nesses quatro anos conquistamos títulos importantes sem alguns jogadores importantes, e é com essa força que a gente vai para a Copa do Mundo. Estamos bem servidos em todos os setores. Se o Dunga ficou feliz com essa convocação é porque tem confiança nos jogadores que estão lá.

E a dupla com Lúcio? Já atuam juntos há anos...

Sempre foi boa essa parceria. Nós jogamos juntos no Bayer (Leverkusen) durante dois anos e criamos uma amizade. Nossas famílias, esposas e filhos saem juntos, e levamos isso para a seleção. Acho que mais do que se completar a gente se ajuda, se conhece bem de tanto tempo. Procuro ficar atento ao que ele vai fazer para estar preparado se precisar de uma cobertura ou dar um toque. Temos também que ressaltar os outros companheiros de defesa, o próprio Gilberto Silva e Felipe Melo, que ajudam muito na marcação, e ressaltar quem entrou e deu conta do recado. Também já tive a oportunidade de jogar junto com o Maicon, o Julio... A gente se conhece muito bem. Até quando um jogador não está bem e sai, o que entra tem ainda mais facilidade porque o setor está praticamente organizado.

Qual a diferença do ambiente de 2006 para esse? Aprenderam com os erros?

O Dunga fez um trabalho baseado nisso. Sabemos que os adversários querem ganhar da seleção brasileira, e também o quanto é difícil ter que dar espetáculo e ganhar sempre. No meu modo de ver, passaram um favoritismo muito grande para gente. Fomos para a Copa com muita pressão e não queremos repetir isso. A pressão agora está mais dividida. Nós somos um dos favoritos. Em 2006 até começar o Mundial já nos apontavam como campeões.

Esta pode ser sua despedida da seleção?

Depois de tantos anos defendendo a seleção, posso dizer que só penso na próxima competição. Primeiro é a Copa do Mundo. Depois vamos ver o que vai acontecer...

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