Confira os detalhes por trás da produção
Fórmula 1, Nascar e Rali na mesma corrida? Para a equipe da Pixar Animation Studios, vale tudo para incrementar a trama de Carros 2, a continuação do filme que arrecadou mais de US$ 462 milhões ao redor do mundo em 2006. Enquanto o longa anterior foi ambientado em uma cidade fictícia do deserto norte-americano, chamada Radiator Springs, limitando-se à modalidade Nascar (a mais popular nos EUA), a sequência foi inspirada na Corrida dos Campeões.
“Claro que forçamos um pouco ao incluir representantes da Nascar nessa competição internacional’’, disse o diretor do filme, John Lasseter, referindo-se ao evento realizado no final do ano com equipes formadas por pilotos de Fórmula e de Rali. “Mas não podemos levar tudo tão a sério. Afinal, é um desenho”, completou. Isso não significa, entretanto, que os animadores abriram mão da autenticidade ao retratar o universo do automobilismo. Pelo menos, não totalmente. “Há carros que serão identificados com facilidade. Fomos muito detalhistas no design de alguns dos novos personagens”, afirmou Jay Ward, gerente da franquia Carros na Pixar.
Marcas e modelos específicos inspiraram concorrentes do protagonista Relâmpago McQueen, um Nascar que ganhou um upgrade para parecer mais competitivo (incluindo faróis dianteiros, novo difusor traseiro, spoiler especial, novas rodas e um novo logotipo, com labaredas nas laterais). Nessa segunda aventura, com corridas em Paris, Londres, Tóquio e Porto Corsa (na Itália), Relâmpago enfrenta uma versão em animação de um Aston Martin DB9R, que representa o personagem Nigel Gearsley e leva a bandeira da Inglaterra.
Os sons dos bólidos também são genuínos. Principalmente os dos personagens inspirados em modelos de fácil identificação. O barulho do motor e do freio de cada um deles foi gravado com carros de verdade no Skywalker Ranch, o estúdio de George Lucas, localizado em Nicasio, na Califórnia. “Pode parecer detalhe, mas é um presente nosso para os amantes de carros que assistirão ao filme”, disse Ward.
A maioria dos carros é “criação da casa’’, o que em alguns casos permitiu um pastiche de marcas conhecidas. Como o personagem McMissile, um Aston Martin com elementos de Ferrari. “Inventar os próprios automóveis facilitou o trabalho, por dispensar a negociação com os fabricantes”, explicou Jay Shuster, diretor de design dos personagens. “Ninguém quer ser o carro que quebra ou que perde a corrida. No filme anterior, tivemos um problema curioso. Queríamos colocar na história um Ford apaixonado por um Chevy, mas a GM não autorizou’’, lembrou, rindo.
Um dos modelos inventados é um carro feminino, batizado de Carla Veloso, que representa o Brasil. “Sabíamos que o país tinha de entrar na disputa, já que tantos pilotos talentosos saem de lá”, disse Shuster, que buscou inspiração nas cores da bandeira brasileira para criar o carro verde e azul. Na versão em português, ela será dublada pela cantora Claudia Leitte. “Para homenagear a beleza da mulher brasileira, arrematamos com uma pintura metálica; Carla é muito sexy”, acrescentou o designer. Carros 2 estreia nos cinemas brasileiros em 24 de junho.
Carros e cinema, as paixões do diretor Lasseter
John Lasseter não esconde a paixão por carros. Seja na decoração de sua sala na Pixar, com destaque para a mesa de vidro que comporta cerca de 300 carros em miniatura, seja no seu guarda-roupa. Sim, ele deu entrevista com uma camisa preta estampada de carros, peça que já virou sua marca registrada. “A minha forte ligação com carros vem de berço. Começou com o meu pai, que era um gerente de peças para concessionárias da Chevrolet no sul da Califórnia. Foi numa dessas concessionárias que consegui meu primeiro emprego, na adolescência”, contou Lasseter, hoje chefe do escritório de criação da Pixar e o diretor de “Carros 2’’ (em parceria com Brad Lewis).
Colecionador, ele destaca três de seus carros preferidos: um Jaguar XK120 preto de 1952, um Ford Falcon de 1962 e um Messerschmitt de 1964. O Falcon participou da viagem de carro, de costa a costa nos EUA, que Lasseter fez no verão de 2000 com a família – o tour que mais tarde o inspirou a criar a franquia de animação. “O Falcon foi conosco, rebocado pelo meu trailer. Foi mágica a sensação de dirigi-lo na Rota 66."
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