Médicos brasileiros pedem legalização da maconha para fins medicinais

Especialistas brasileiros e estrangeiros apresentam resultados de estudos com a droga



O Brasil pode seguir exemplo de vários países e legalizar a maconha para fins medicinais. Nesta terça-feira (17), especialistas de todo o mundo discutiram o polêmico tema em um evento em São Paulo.



Um simpósio internacional, organizado pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), discutiu a criação de uma agência reguladora de maconha medicinal no país. O evento apresentou estudos que têm sido realizados com a cannabis (nome científico da planta da maconha) para fins medicinais desde que seu princípio ativo foi isolado, na década de 60.




 
 
O potencial terapêutico da cannabis já é explorado nos EUA, Canadá, Reino Unido, Holanda, França, Espanha, Itália, Suíça, Israel e Austrália, entre outros países. As principais indicações são para conter náuseas e vômitos causados pelos anticancerígenos, caquexia (enfraquecimento extremo) aidética e cancerígena, dores crônicas neuro e miopáticas como ocorrem na esclerose múltipla, glaucoma, entre outras patologias.



O médico Elisaldo Carlini, do Cebrid, diz que estudos comprovam que a planta pode ser usada na cura de várias doenças e amenizar os efeitos de remédios contra câncer. O uso poderia ser de várias formas, inclusive como cigarro. Mas só pode ser adquirido com prescrição médica.



- Para explorar o potencial terapêutico da maconha, o Brasil terá de criar uma agencia nacional ligada ao Ministério da Saúde para controlar o uso, produção de medicamentos e até a importação ou cultivo da planta no país. Mesmo assim a iniciativa é vista com restrições por alguns setores.



Emmanuel Fortes, do Conselho Federal de Medicina, afirma que o órgão não aprova o uso da maconha em tratamentos.



- O Conselho Federal de Medicina não vai acatar nenhuma forma de proposição que vai usar a maconha de forma natural.





Medicamentos já usados



O primeiro medicamento à base de cannabis aprovado e disponível no mercado desde 2005 é o canadense Sativex, produzido pela GW Pharmaceuticals. Produzido a partir de um extrato da cannabis, é indicado para tratamento da esclerose múltipla, artrite reumatoide, síndrome metabólica, epilepsia e câncer da próstata, entre outros.



No Brasil, desde a década de 90, os estudos apontam resultados positivamente significativos considerando os efeitos antiepilético, sedativos, antipissicóticos e neuromotor em casos de tratamentos para doença de parkinson, do princípio ativo canabidiol.



A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda aos países a criação de uma Agência Nacional da Cannabis Medicinal para aprovar e controlar adequadamente o uso terapêutico da maconha e seus derivados, incluindo a importação e/ou cultivo da planta e de medicamentos a base de canabinoides, assim como condutas relacionadas ao uso medicinal da maconha.



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