Na próxima semana, deve retornar ao Peru após convite da editora Help. Em dezembro, participará da Feira do Livro de Guadalajara, no México. Antes de embarcar em viagens internacionais, Vanessa recrutou amigos e profissionais interessados na causa e produziu fotos e vídeo para a campanha que elaborou sozinha.
Nas imagens, usou tinta branca, preta e vermelha para colorir o próprio corpo com os dizeres “Pirataria não” em diferentes idiomas. “Amo a cor vermelha. O preto simboliza o mercado negro, e o branco é a cor usada para ilustrar a caveira, no logo da campanha", justifica. As nacionalidades estão representadas nas pernas, nos braços, na barriga, no colo e no quadril. Para traduzir a expressão, pediu ajuda aos amigos e fãs que residem fora do Brasil via Facebook e Twitter. Por fim, checou as grafias nos dicionários e na internet.
O material teve apoio de uma fotógrafa, maquiadora, publicitários e um produtor de vídeos. Todos os profissionais aderiram de forma voluntária. Para a sessão de fotos, a escritora dormiu com uma cinta modeladora e amargou mais de 24 horas em jejum. Também suportou as baixas temperaturas do inverno catarinense em prol da revolução literária.
“Queria estar com a barriga bonita no vídeo. Na foto dá pra usar o Photoshop, mas no vídeo não tem como. Dormi com cinta na barriga pra ficar com a cinturinha bem fininha e passei um dia sem comer.”
Vanessa foge de tabus e preconceitos. Para ela, a nudez é uma bandeira coerente com seu estilo de vida. São raras as vezes em que está vestida dentro de sua casa. "Gosto de ficar pelada. A maior parte dos meus livros eu escrevo sem roupa."
Ela não teme que o excesso de exposição renda uma repercussão negativa, tampouco pretende mudar sua estratégia para se fazer ouvir. “Você fica pelada e o povo para, chama atenção. O que significa se expor demais? Não tenho problema com isso. Se tivéssemos um clima bom, e todo mundo ficasse nu, seria bem melhor", convoca.
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