Um homem, uma mulher, um menino e um jovem foram sepultados no local.
Restos mortais traziam colar e pulseiras de contas de jade, âmbar e pérolas.
(Foto: Bruce Bachand-INAH/Divulgação)
Arqueólogos descobriram em um vale do sul do México um túmulo que pode ter até 2.700 anos e que seria a prova mais antiga no México e América Central do uso de pirâmides como recintos funerários.
Até agora, as sepulturas mais antigas em pirâmides da região tinham sido encontradas na zona maia e datavam de entre 200 e 700 d.C.
"É uma das evidências mais antigas do uso de templos de estrutura piramidal para sepultar pessoas", disse à Reuters Emiliano Gallaga, arqueólogo do Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah) que participou das pesquisas na área.
"Avaliamos que data de 700 ou 500 anos antes de Cristo, ou seja, entre 2.500 e 2.700 anos atrás", disse.
Também participaram da descoberta arqueólogos da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) e da Universidade Brigham Young (BYU), dos EUA, trabalhando com ajuda financeira do governo mexicano e da National Geographic Society.
A mulher trazia adornos funerários muito semelhantes aos do homem, e o menino e o jovem teriam sido sacrificados em homenagem aos adultos.
O jade e a obsidiana presentes nos artigos funerários revelaram que Chiapa de Corzo tinha contato com o centro do México e com a Guatemala, de onde vinham esses materiais.
Chiapa de Corzo foi um antigo centro comercial e administrativo cuja origem remonta a quase 3.500 anos e que serviu de ponto estratégico nas rotas comerciais entre o Golfo e o Pacífico. Hoje é um sítio arqueológico aberto ao público.
O local foi habitado pelos zoques, uma etnia dos Estados de Chiapas, Oaxaca e Tabasco, no sudeste do México.
Mas algumas vasilhas entalhadas encontradas no túmulo têm elementos olmecas semelhantes ao sítio pré-hispânico de La Venta, em Tabasco, considerado a parte central da zona olmeca, célebre pela descoberta de grandes cabeças de pedra.
O fato leva os arqueólogos a pensar que os dois sítios podem ter sido fundados pelos olmecas.
"Os olmecas podem ter fundado tanto La Venta como Chiapa de Corzo", disse Gallaga. "Não é coincidência que saibam realizar os mesmos rituais, acomodar os elementos da mesma forma, ter os mesmos materiais ao mesmo tempo."
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