O objetivo é encontrar vestígios de reações atômicas ocorridas na época do nascimento do Universo
Sensor preso ao DOM (Digital Optical Modules), com profundidade de 1,43km a 2,44km
O maior telescópio do mundo, com mais de 1 km de comprimento, é o contrário do normal. O objetivo não é observar as estrelas, mas chegar até o centro da Terra. O IceCube (Cubo de Gelo), é desenvolvido por cientistas da Universidade de Wisconsin e patrocinado pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. Ele é construído na Antártica para procurar uma partícula subatômica chamada neutrino, que poderia nos ajudar a entender um pouco mais o universo.
A estrutura encontra-se enterrada no gelo do pólo sul. Cinco mil sensores esféricos foram implantados com brocas de água quente no observatório. Em grupos de 60, eles são acoplados a um cordão e protegidos por vidro. Essas "cordas" com sensores são chamadas de DOM (Digital Optical Modules), e podem atingir de 1,40 km a 2,40 km de profundidade. O IceCube detecta a luz azul da reação nuclear iniciada pelo choque entre um neutrino e um átomo de gelo e transmite os dados digitais até a superfície.
Neutrinos são partículas subatômicas, com carga neutra, emitidos quando nêutrons se transformam em prótons em reações nucleares. Além disso, não são afetados pela radiação ou gravidade e, por isso, penetram na matéria, até onde a luz não consegue chegar. Cientistas acreditam que os neutrinos presentes no interior da Terra podem ter se originado há cerca de 15 bilhões de anos. Isto seria logo após o nascimento do Universo, por causa de violentos cataclismos ocorridos: explosões de raios gama, de supernovas e outros fenômenos envolvendo buracos negros.
Complexo do IceCube construído no meio da Antártica
O objetivo é chegar a esses fenômenos ocorridos no início da vida do Universo e investigá-los. Para isso, os pesquisadores pretendem encontrar os pontos azuis na plataforma de gelo, que indicam reações nucleares, e reconstruir o caminho feito pelo neutrino até a sua fonte. "O que estamos fazendo é basicamente desenhar um mapa do universo com neutrinos", disse o físico sênior do projeto, Mark Krasberg, ao The Wall Street Journal.
Os cientistas acreditam que é “uma maneira totalmente nova de olhar para o céu”. Desde que foi descoberto em 2002, o neutrino é considerado uma das maiores chances de ampliar o conhecimento sobre o universo. "Esperamos encontrar algo que ninguém poderia ter previsto", disse Krasberg. A esperança dos envolvidos no projeto é de que o IceCube faça alguma descoberta significativa em cerca de um ano. Até agora 95% da estrutura já está construída. Ela terá um custo total de US$ 217 milhões.
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