Campeões mundiais revelam bastidores dos títulos do passado

Felix, Edu, Pepe, Cafu e Márcio Santos contam curiosidades de quando venceram as Copas do Mundo de 58, 62, 70, 94 e 2002


Felix, Edu, Pepe, Márcio Santos e Cafu revelam
bastidores da seleção (Foto: Marcio Iannacca)


Histórias que jamais foram contadas ou descobertas pelos jornalistas finalmente reveladas em uma conversa descontraída com os campeões mundiais Felix, Edu, Pepe, Márcio Santos e Cafu. Na última segunda-feira, eles participaram da inauguração de uma exposição com relíquias ligadas às Copas do Mundo, no Memorial de Curitiba. E foi justamente na festa que todos fizeram revelações curiosas e polêmicas sobre as conquistas brasileiras nas competições de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.



O ponta-esquerda Pepe levantou o caneco em duas oportunidades, nos Mundiais de 58 e 62. Em cada oportunidade, o ex-jogador teve a chance de ver um grande jogador roubar a cena. Na primeira vez, o garoto Pelé foi fundamental para o título. Quatro anos depois, Garrincha chamou e responsabilidade da “guerra”, como definiu o ex-jogador do Santos, e levou a seleção brasileira à conquista.



- Tem muita coisa para contar. Mas lembro muito bem de um fato que ocorreu no Chile. Os cozinheiros fizeram sanduíches porque não queríamos comer a comida do trem. Conhecíamos bem os chilenos, mas não queríamos arriscar comendo qualquer coisa. Afinal, aquilo era uma Copa do Mundo. Jogamos a decisão de 62, contra o Chile, tendo comido apenas sanduíches e bebido refrigerantes. Mesmo assim ganhamos com sobras. Era uma seleção quatro anos mais velha, mas o que valeu mesmo foi a experiência adquirida em 58 – afirmou Pepe.



Já o ex-goleiro Felix e o ex-atacante Edu conquistaram o Mundial de 1970. Mas é justamente o antigo ponta-esquerda do Santos que faz questão de relembrar uma história da seleção comandada pelo Velho Lobo Zagallo.




- Éramos cinco jogadores do Santos naquela seleção de 70, se não me engano. Sempre conversávamos no quarto sobre o desempenho da equipe. E o Pelé estava mordido porque o Eusébio tinha sido escolhido o melhor do mundo. Lembro que ele disse que estava preparado e que o mundo saberia quem era o Pelé. Eu pensei comigo: ‘Opa, essa Copa é nossa” – contou o sorridente Edu.



Na conquista de 1994, dois momentos foram revelados por Márcio Santos, que estava acompanhado do ex-lateral-direito Cafu, que venceu nos Estados Unidos e também levantou a taça em 2002, na Coréia do Sul e no Japão. O primeiro se referia ao ex-zagueiro Ricardo Rocha. O outro envolvia uma polêmica com o técnico Carlos Alberto Parreira.



- Em todo o grupo sempre tem um jogador que faz a alegria de todo mundo. Em 94, o Ricardo Rocha era imbatível. No vestiário, antes da final, o grupo fez o aquecimento e estava colocando o uniforme para subir ao gramado. Antes da oração, o Ricardo Rocha pediu a palavra e soltou: “vamos lá rapaziada, vamos fazer como os kawasakis fizeram no Japão”. O clima era tenso, mas todos soltaram uma gargalhada no vestiário. Lembro que o Gilmar Rinaldi e o Jorginho estavam gravando, e o Ricardo ficou sem graça porque aquela cena seria exibida em outros lugares – contou Márcio Santos.

Mas nem tudo em 94 foi alegria para a seleção. Antes do Mundial, ainda nas eliminatórias, o Brasil correu o risco de ficar sem treinador. Após a derrota por 2 a 0 para a Bolívia, no dia 25 de julho de 1993, em La Paz, Carlos Alberto Parreira cogitou a hipótese de deixar o cargo por conta da pressão da torcida e da imprensa.



- Era uma pressão muito grande porque o Brasil não vencia a Copa desde 70. O torcedor brasileiro cobrava muito e a imprensa já não tinha mais paciência. Estava insuportável. Depois do jogo contra a Bolívia, o Parreira estava querendo deixar a seleção porque, segundo ele, as cobranças estavam indo para o lado pessoal. Ele comentou essa situação já se despedindo do grupo. Foi a partir dali que o grupo se uniu para conquistar o título – relembrou o ex-zagueiro.



Agora, em 2010, novas histórias vão surgir. Muitas serão reveladas de imediato e outras vão demorar dias, meses ou até mesmo anos para serem contadas. Bastidores à parte, o que torcedor quer mesmo é mais um título mundial da seleção brasileira.



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